quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Olá a todos dum Porto chuvoso (para variar…)

Vocês não imaginam o quanto fiquei contente por SÓ se passarem 20 anos até vos poder ver a todos... Se alguém não tivesse tido essa ideia luminosa de nos reunirmos, poderiam muito bem ter passado 30, 40 ou quem sabe uns 50 anos e nessa altura não prometia reconhecer-vos a todos. Cheguei neste momento à conclusão de que ainda estou bem de memória pois recordei a cara de todos ao ler os vossos nomes e recordei, mesmo que por momentos, os tempos bons que passamos juntos.
Apesar de um pouco mais gordo, sem que isso queira dizer que sou um dos gordos que populam este país, continuo o mesmo Alexandre de sempre – apreciado por uns, detestado por outros, suportado por outros tantos e sempre a ser o mesmo escorpião de sempre.
Recordo todos com saudades e a ideia de vos ver a todos tenho de confessar que me comoveu e me deu um aperto na garganta, já para não falar numa lágrima estúpida que me veio ao canto dos olhos. Parece que os anos passam e a sensibilidade aumenta. Não sei se é só comigo que isso acontece ou se acontece a quase todos. Acho bem que nos reunamos pois vou perguntar isso, já que todos envelhecemos o mesmo tempo, desde que nos vimos pelas últimas vezes. Gosto de saber como funcionam estas coisas de humanos nas diferentes pessoas.
O lugar onde o Rui Reis está fez-me parar mais uns minutos ao percorrer os vossos emails. Tudo isto por achar que deve ser um bocado do paraíso na terra e poucos poderem usufruir dumas vistas diárias como ele deve ter. Todos os outros devem também estar em lugares que tem as suas coisas boas e menos boas, uns lugares conhecidos dos outros e outros lugares que ainda não foram visitados pelos outros colegas. Mas o lugar de onde vos escrevo é de todos conhecido, só que, aqueles que cá não vêm há bastantes anos, vão achar algumas/bastantes diferenças quando cá voltarem. O Porto está diferente, o tempo quase a mesma coisa (menos dias de frio por ano talvez), o povo cada vez mais mal educado, mas na sua essência está a mesma coisa – de braços abertos para vos receber a todos quando cá quiserem voltar. Na cidade notam-se grandes diferenças. Onde havia uma estação de eléctricos passou a estar estacionado um cubo gigantesco e branco a que deram o nome de Casa da Música. Onde passava o comboio, passa agora um novo meio de transporte no Porto que mudou a cidade e a locomoção nela por completo – o famoso Metro do Porto. Onde havia ruas por cima , passou a haver túneis por baixo. Onde havia campos, passou a haver auto estradas e não me perguntem como era dantes pois passo lá e não consigo lembrar-me de tão desfigurados que ficaram os lugares. Na baixa onde tinha ruas de sentido descendente, passaram a ascendentes (quando lá volto muitas vezes já voltaram à situação anterior e nem dei pela mudança…), e muitas outras coisas mudaram, MAS pelo que oiço uma delas mantém-se na mesma. A frequência nas esquinas por onde passávamos para ir para a Escola na Rua do Bonjardim é a mesma de sempre, o que vem confirmar que há profissões que, por muito que as cidades se alterem, elas permanecem imutáveis e cada vez mais rijas e fortes…Este foi um apontamento sobre uma situação que nós vivemos intensamente durante 3 anos..
Estimaria saber que todos estão bem na vida e que esta tem sido generosa com todos. Estimo que aqueles que quiseram casar tivessem encontrado a tal cara metade que por aí se fala, os que quiseram ter filhos que os tenham tido e sejam sobretudo saudáveis, já que não tenho dúvidas de que os educarão para serem grandes seres humanos e para se defenderem de todas as agressões de hoje em dia e sobretudo desejaria muito saber que todos estão bem de saúde já que sinto profundamente quando me chegam aos ouvidos noticias em contrário, já para não falar naqueles telefonemas em que a partida de algum dos nossos colegas para um lugar que espero melhor que aquele em que vivemos, me é comunicada. Esses também estarão sempre próximos a nós pelos momentos que connosco compartilharam e acredito que o continuarão a fazer sempre que nos possamos reunir.
Para os que não sabem, tive de deixar o ramo hoteleiro 3 anos depois de ter terminado o curso por não encontrar no ramo hoteleiro, em Portugal, um emprego com um salário aceitável. O ramo bancário escolheu-me e como pessoa fiel que sou, nunca mais consegui separar-me desse casamento forçado e único na minha vida. Pela sensação de subserviência e de grande sacrifício que a este meu casamento forçado está associado, perdi totalmente a vontade de sequer cogitar ter um outro e por isso continuo livre como um passarinho e sempre a voar quando posso. Toda essa prática me permite dizer que não sinto o jetlag, não tenho medo de voar e estou sempre pronto para um novo check in quer para lugares já por mim conhecidos de cor, quer para novos lugares deste mundo que, apesar de muitas coisas más, tem ainda muita coisa boa para se ver. Por isso estou aberto a convites para vos visitar em lugares desconhecidos ou já por mim conhecidos pois acredito que tudo serve de pretexto para pessoas que conviveram tanto e compartilharam tanta coisas, se encontrem e se mantenham em contacto. Essa é umas das coisas boas da vida. Acredito que alguns já devem estar a dizer ‘’este não perde tempo já se está a fazer para vir até cá.’’ Não tem mal nenhum que assim pensem pois o que interessa é que o convite venham mesmo…..ahahah.
Não vos maço mais com a minha escrita. Continuo a gostar de escrever e de me sentir perto das pessoas e prometo responder com a brevidade possível se algum de vocês tiver algum tempo para me escrever, o que desde já agradeço. Vou aproveitar os emails que vem agregados a este e escrever a alguns colegas com quem tinha mais contacto e cujo paradeiro tinha perdido entretanto.
Não queria terminar sem vos desejar a TODOS e às vossas famílias um Bom Natal e que Novo Ano seja o tal dos 20 anos de curso que nos vai juntar novamente. Que ele vos traga as maiores venturas, muita saúde e tudo do bom e do melhor para o futuro.
Muitas saudades, beijos e abraços do

Alexandre Wandschneider

Um comentário:

Anônimo disse...

A tua escrita sobre ti e sobre a minha cidade comoveu-me e emocionou-me.
O que acho impressionante é que passam 20 anos e há pessoas que vivem na mesma cidade e que, pura e simplesmente, não se cruzam.
Afinal o Porto é mesmo uma naçaum.
Abraço
Vasco